
foto: Vitória Alvelos – 12º A (2022-23)
poema: ” A orelha de Vincent”, de Eugénio de Andrade
A ORELHA DE VINCENT Nem as cigarras, nem os flancos acesos das searas, nem a pensativa cor dos lírios ou mesmo a bárbara luz do sul têm agora morada no seu coração; como falcão ferido a orelha não pára de sangrar; sangra de amor, do negro e tresloucado e transbordante amor do mundo, e desprevenido e magoado.
Eugénio de Andrade (1923-2005)