
foto: Mariana Araújo – 11ºB (2022-23)
poema: “Sentado à minha varanda”, de António Botto
Sentado à minha varanda Contemplo a noite que desce E a rosa Que puseste no meu peito. E, largo tempo, Ficando silencioso, Oiço uma voz que me fala… — Que voz é esta, Tão incisiva, tão pura, Que me pede que acredite E tenha fé no destino? Inclino a fronte, — medito No altíssimo desejo Que anda comigo E sobe a cada momento! Nas ramas do arvoredo, O vento, Passando, diz qualquer coisa. A sombra cai, De repente, volumosa. Mal distingo as minhas mãos. E ao pé de mim Tomba o corpo Fino e frágil dessa rosa…
António Botto (1897-1959)
Gostei muito da foto, está muito bem tirada. E também gostei bastante do poema…
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