
foto: Leonardo Ramos – 10º ano (2021-22)
poema: “Manhã”, de Luís Veiga Leitão
MANHÃ — Bom dia. Diz-me um guarda. Eu não ouço… apenas olho das chaves o grande molho parindo um riso na farda. Vómito insuportável de ironia. Bom dia, porquê bom dia? Olhe, senhor guarda (no fundo a minha boca rugia) aqui é noite, ninguém mora, deite esse bom dia lá fora porque lá fora é que é dia.
Luís Veiga Leitão ( 1912-1987)