leitura: Margarida Araújo – 10º ano (2021-22)
poema “A fermosura desta fresca serra”, de Luís de Camões
A fermosura desta fresca serra, e a sombra dos verdes castanheiros, o manso caminhar destes ribeiros, donde toda a tristeza se desterra; o rouco som do mar, a estranha terra, o esconder do sol pelos outeiros, o recolher dos gados derradeiros, das nuvens pelo ar a branda guerra; enfim, tudo o que a rara natureza com tanta variedade nos ofrece, me está (se não te vejo) magoando. Sem ti, tudo m’enoja e m’ avorrece; sem ti, perpetuamente estou passando nas mores alegrias, mor tristeza.
Luís de Camões (1524-1579/80)