
foto: Afonso Fernandes – 10º ano (2021-22)
poema: “Oh! como se me alonga, de ano em ano”, de Luís de Camões
Oh! como se me alonga, de ano em ano, a peregrinação cansada minha! Como se encurta, e como ao fim caminha este meu breve e vão discurso humano! Vai-se gastando a idade e cresce o dano; perde-se-me um remédio, que inda tinha; se por experiência se adivinha, qualquer grande esperança é grande engano. Corro após este bem que não se alcança; no meio do caminho me falece, mil vezes caio, e perco a confiança. Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança, se os olhos ergo a ver se inda parece, da vista se me perde e da esperança.
Luís de Camões (1524-1579/80)
Poema lindo, adorei.
GostarGostar