leitura: Maria Inês Araújo – 9º ano (2021-22)
poema: “Camões”, de Miguel Torga
CAMÕES Nem tenho versos, cedro desmedido, Da pequena floresta portuguesa! Nem tenho versos, de tão comovido Que fico a olhar de longe tal grandeza. Quem te pode cantar, depois do Canto Que deste à pátria, que to não merece? O sol da inspiração que acendo e que levanto, Chega aos teus pés e como que arrefece. Chamar-te génio é justo, mas é pouco. Chamar-te herói, é dar-te um só poder. Poeta dum império que era louco, Foste louco a cantar e a louco a combater. Sirva, pois, de poema este respeito Que te devo e professo, Única nau do sonho insatisfeito Que não teve regresso!
Miguel Torga (1907-1995)
Achei que a Maria Inês teve uma leitura com correção e com expressividade. Gostei muito.
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