
foto: Debora Pereira – 9º ano (2021-22)
poema: “As cores colhidas para ti”, de Flor Campino
As cores colhidas para ti nas campânulas florescem o galho eleito pela cotovia. Confio-tas culminantes de luz. Guarda-as. Verás como perfumam o dia, mesmo nos seus lugares mais recônditos. Se esmorecerem reanima-as, dá-lhes uma vida maior, preserva nelas a infância. Cedo-te para isso a tela virgem da minha pele: risca, tatua, pinta. Lágrimas minhas as farão renascer e, por acréscimo, o canto da cotovia. Nunca flores ou cores se deram em demasia. Flor Campino, “O Crivo dos Dedos”, Afrontamento
Flor Campino (1934- )